domingo, 3 de janeiro de 2010

Autoestima: de bem com a vida


Você está sozinha (ou até mesmo comprometida) e se sente abandonada, carente, desanimada, tendo aqueles pensamentos típicos como "ninguém me ama, ninguém me quer".

E, de fato, não aparece nem um cavalheiro solidário a fim de te tirar desse mar de lamentações. Será que é o seu cabelo? Ou, quem sabe, alguns quilos a mais que você adquiriu depois de tanto chocolate? Bom, talvez a resposta esteja mais internamente. A autoestima é uma amiga para todas as horas e, se você não a mantém em um nível elevado, os problemas emocionais podem virar uma enorme bola de neve.

Muito se fala sobre ela - não à toa, os livros de autoajuda têm feito tanto sucesso nos últimos tempos. Mas qual seria a real importância da autoestima na nossa vida? Para a psicanalista Beth Valentim, colunista do Bolsa de Mulher, a autoestima reúne um conjunto de fatores que devem estar equilibrados. "Uma mulher que está de bem com a vida, que se aceita como é, normalmente mantém essa harmonia em seus segmentos de vida. A auto-estima em equilíbrio traz muitos benefícios, porque se um dos segmentos sair do controle, outros preenchem o vazio. E ela manda mensagens reais sobre nós mesmos. Quem conhece o que 'é' realmente, sabe dar a mão à palmatória e não se derrete toda caso não tenha vencido um obstáculo", argumenta.

“Autoestima é o potencial que cada pessoa tem para lidar bem com as frustrações e conflitos impostos pelo cotidiano, de perceber-se completa e forte o suficiente para existir e sobreviver”

A psicóloga e terapeuta sexual Márcia Atik reforça o caráter fortalecedor e otimista da autoestima, lembrando que ter a consciência das próprias capacidades e qualidades é o segredo para encarar os problemas e as pressões de cabeça erguida. "Autoestima é o potencial que cada pessoa tem para lidar bem com as frustrações e conflitos impostos pelo cotidiano, de perceber-se completa e forte o suficiente para existir e sobreviver. Alguém com baixa autoestima caminha pela vida com a sensação de que não vai agüentar as frustrações e costuma se punir, não dando crédito nem beleza a si mesma, subestimando suas qualidades e tendo como parceira constante a insegurança", afirma. É por isso que há pessoas que conseguem superar mais rapidamente um fora ou um rompimento, por exemplo, enquanto outras levam meses ou até anos para tocar a vida como antes, sem recaídas.

Um problema para elas

Não é difícil perceber que são as mulheres as que mais sofrem com a falta de amor-próprio e crises de insegurança, até com maior tendência à depressão. Segundo Márcia Atik, a mulher ainda leva consigo a idéia de ser inferior e dependente da escolha alheia, herança cultural de séculos. "Já é mais do que sabido que os homens não ligam para a celulite de suas parceiras, por exemplo. E quem é que levanta essas imperfeições, os homens exigentes? Não! Somos nós que nos sabotamos. Mas isso porque ainda somos as maiores vítimas dessa idealização da mulher perfeita e ideal", comenta a psicóloga. Segundo ela, é preciso saber distinguir amor a si própria de amor a uma imagem irreal de si e de sua vida e cultivar um olhar mais realista - e não pessimista.

Beth Valentim concorda que o peso dessa cultura que valoriza a imagem e o status influi diretamente no modo como as mulheres se vêem e agem. "O sexo feminino reflete sobre vários pontos, quase todos os dias - se o corpo está próximo ao padrão exigido pela sociedade; como está o cabelo; gorduras localizadas, rugas, seios pequenos, bumbum sem curvas etc. Como estar em dia com tantos itens que nos aterrorizam? E ainda há a posição profissional: tem mulher que sai de fininho da roda de amigas, quando um homem é apresentado, com medo de dizer que não é tão bem sucedida quanto as outras. E por aí vai", acrescenta a psicanalista.

Camila*, de 26 anos, é apenas uma entre tantas mulheres que já conviveram com os altos e baixos de sua própria auto-estima. "Já fiz e pensei coisas absurdas por causa do fim de um relacionamento de quatro anos. Quando meu ex-namorado me trocou por outra, imediatamente me culpei. Achei que o problema estava comigo", conta ela, que esteve a um passo de ficar anoréxica quando decidiu que precisava emagrecer a todo custo para se sentir melhor. "Tive distúrbios alimentares, de comer muito e de não querer comer nada, e também princípio de depressão. Eu me odiava, me achava feia, desinteressante, burra e incapaz de fazer qualquer coisa certa. Perdi um semestre da faculdade assim, nessa neura. Mal saía de casa. Quando passei a fazer terapia, as coisas melhoraram, mas confesso que ainda tenho certa dificuldade de me aproximar dos homens", relata.

Retirado do site:http://msn.bolsademulher.com/amor/autoestima_de_bem_com_a_vida-49047.html

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